terça-feira, 19 de julho de 2016

Resenha # 24 - Homem de Ferro: O Demônio na Garrafa

    Olá, amores, tudo bem com vocês?
    Espero que sim! Por aqui está tudo bem também. Apesar do frio do interior, da gripe fortíssima, da garganta inflamada e da imunidade baixa, estou ótima, rs!
    E hoje estou aqui para mais uma resenha de HQ, e, nada mais justo do que falar do meu herói favorito: o Iron Man. Gente, eu sei que ele é um fanfarrão, e, confesso que muitas vezes também me irrito com ele, mas... ah, sei lá, eu gosto dele, rs. Sua ironia e inteligência me cativam, hahaha... E essa história me chamou muito a atenção por ser um problema que muita gente enfrenta. E para quem está pensando que o livro se trata de uma miniatura do coisa-ruim dentro de uma garrafa está errado, o demônio aqui referido é o vício do alcoolismo. 

    Bora lá?!?



    Essa obra é o conjunto dos artistas David Michelinie, John Romita Jr e Carmine Infantino, e traz um enredo recheado de problemas grandes. Tudo começa quando o avião de Tony Stark começa a apresentar problemas deixando todos em pânico. Rapidamente, ele corre para o banheiro, coloca a sua armadura e tenta resolver o problema pousando o avião em segurança em uma ilha, ilha essa que federais estão por perto e auxiliam na evacuação de todos. Em um outro ponto da ilha, o príncipe de Atlântida, Namor, está tendo problemas com alguns homens; conversando com eles, o Homem de Ferro tenta impedir Namor de ajudar um habitante da ilha, porém, nada é o que parece. Os federais não são federais, o homem não é quem o herói de metal pensa ser, a armadura dele começa a apresentar defeitos...

    Com tudo isso, Stark precisa estar sempre alerta, e para tentar estar bem disposto, começa a exagerar cada vez mais na bebida. Para quem assistiu o filme Homem de Ferro 2, lembra como Stark estava se entregando cada vez mais ao vício achando que estava morrendo? Mais ou menos isso acontece aqui - a parte da cachaça, não da morte eminente, rs - iminente. Vemos muito mais de Tony Stark aqui do que Homem de Ferro. Até então, Homem de Ferro ainda era o alter-ego de Stark. Pra quem não tá entendendo nada, diferente do filme, onde vemos Tony abrindo o jogo sobre sua identidade, nos quadrinhos, por muito tempo, Stark era um homem muito rico que contratou um segurança diferente de todos - o Homem de Ferro - para ficar melhor protegido. Stark era um pessoa pública; Homem de Ferro também. Nunca estavam no mesmo lugar juntos - óbvio - e, quando havia esse tipo de necessidade, ele sempre encontrava uma ótima desculpa para um ou outro sumir.


    Apesar de ser totalmente confiante em tudo o que faz, Tony começa a perder o controle de tudo. Como já comentei acima, a sua armadura começa a apresentar defeitos, porém, ao analisá-la completamente, ele nota que não há problema algum. Mas, se não há problema algum, como ele pode ter quase se afogado pelo fato de os escudos terem sido baixados - não por ele - enquanto ele estava submerso e um dos propulsores simplesmente parar durante o voo? Estranho, não? E as coisas só pioram! Sua namorada - que não é a Pepper - começa a reclamar de seu vício, ele começa a agir de modo mais inconsequente que o normal, está perdendo o controle de suas empresas, tratando as pessoas cada vez pior, até que tudo desmorona quando durante uma recepção pública, algo terrível acontece envolvendo o herói. Aí que a vaca vai pro brejo de vez! Coitadinho!

    Sabe, sei bem como é o vício do alcoolismo. Eu não bebo, mas, meu pai era alcoólatra, e só eu sei o que meus irmãos, minha mãe e eu passamos. E as vezes sobrava para os meus primos, sobrinhos e até cunhados. Não tem coisa mais triste que você ver alguém que você ama tanto, se entregar tão fácil a um copo. Nos sentimos impotentes, pois não podemos fazer nada pela pessoa. Não podia fazer nada por meu pai. Se eu jogasse suas bebidas fora, além de apanhar, eu ainda o via indo comprar mais. Para quem nunca enfrentou isso, noss, nem te falo como é constrangedor. Tenho até bronca de ver as pessoas imitando bêbados ou tirando sarro deles, alcoolismo não é legal, é doença, e doença grave. Acaba com o corpo por dentro e por fora, com a mente e com a família, é triste de verdade. Graças à Deus, tive a oportunidade de ver meu pai se limpar e permanecer sóbrio por dois anos antes de falecer, mas, enfrentou as consequências o resto da vida.


    Voltando ao foco, achei bem interessante o fato de que apesar de ser um livro totalmente colorido, ele não traz aquela felicidade, ao contrário, ele tem uma carga dramática bem pesada, vemos o tormento de Tony. O mundo desmoronando em sua cabeça, seus amigos longe, sua namorada se afastando, seu fiel escudeiro lhe virando as costas... tudo causado pelo excesso de bebida. Aliás, nem tudo, tem um plano maior por trás, claro, mas, essa falta de informação e impotência o ajuda em sua decadência... Vemos aqui um herói depressivo, um homem desesperado, um ser humano arrasado. A trama é adulta, real, com problemas reais, fazendo assim o leitor realmente querer ver a volta por cima da personagem. E ele ainda tem que enfrentar o pior de todos os inimigos: seu eu!

    Para quem leu a resenha que fiz de Marvels deve se lembrar que eu falei que pra quem só assiste os filmes e não lê as HQ's tem uma visão diferenciada de quem eles são de verdade. Repito isso, Homem de Ferro mesmo é um cara que todos amamos nos filmes, mas, ao ler os quadrinhos, as coisas mudam um pouco, a imagem de um cara legal e descolado se diferencia do ser irritante demais que ele se torna. E aqui, Tony Stark se torna mais humano, sabe. Isso que me deixa fascinada pelo universo literário, a capacidade que um autor tem de transformar um livro em algo tão gostoso, tão mágico. Não que haja alguma magia em "entornar o caneco", mas, é mágico ver como aqueles "impenetráveis" personagens se tornam cada vez mais parecidos conosco. E, velho, vocês notaram que eu tô enchendo linguiça para não dar spoiler, né? Ahahahahahah!!! Mas, tem uma coisa importante para os Marvel maníacos de plantão - ALERTA DE SPOILER (você está por sua própria conta e risco, rs!): essa edição é a qual contém a famosa carta de demissão de Jarvis, virada para o leitor, detalhando o motivo de estar se desligando de seus serviços de mordomo na mansão dos Vingadores. Mais uma surpresa para quem apenas assistiu o filme: Jarvis é humano, um tiozinho baixinho, gordinho e muito legal, rs. Descobriu-se mais tarde, que a carta de demissão era verdadeira, foi a carta que o desenhista Dave Cockrum apresentou à Marvel justificando seu desligamento da empresa. A carta diz o seguinte:

"Anthony Stark,
Venho por meio desta notificá-lo de que estou apresentando minha resignação de minha posição. Esta resignação é para efeito imediato. 
Estou me demitindo porque esta não é mais a "grande família feliz", com espírito de equipe, para a qual um dia adorei trabalhar. Durante o último ano, vi o moral dos Vingadores desintegrar-se até o ponto em que, em vez de serem uma equipe ou uma família, eles agora são uma grande coleção de indivíduos infelizes cozinhando em seu próprio guisado de raiva, ressentimento e frustração reprimidas. Vi muitos amigos meus aguentando silenciosamente tratamentos injustos, maliciosos ou vingativos.
Minhas queixas pessoais são relativamente modestas em comparação a algumas, mas eu não pretendo aguentar silenciosamente. Eu vi os Vingadores serem desativados, desabilitados e rearranjados. Estou absolutamente convencido de que isso foi feito com a ideia de "mostrar aos empregados quem é que manda".
Não pretendo ficar para esperar o que virá a seguir.
Sinceramente,
Jarvis"

     Dizem que a única mudança na carta foi a substituição da palavra "Marvel" para "Vingadores".

    Enfim, amores, vou parar de escrever, já falei demais, enchi linguiça demais... Dica? Leiam! Estou adorando ler tudo! Cesar, obrigada novamente!

    Beijos+beijos...

Amo esse herói... amo esse homem! Hahaha!

6 comentários:

  1. adorei a resenha, bjos.
    https://pedagogaliteraria.blogspot.com.br/

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    1. Que bom que gostou, e obrigada por estar sempre por aqui.

      Beijoooo... =)

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  2. Excelente comentário sobre essa memorável obra. Eu li na época quando tinha dez anos e fiquei marcado com a temática tão adulta. A carta de demissão do Jarvis me deixou preocupado, na versão super resumida traduzida na época do formatinho "Eu quero ir a algum lugar que eu não seja um "mero criado". Engoli em seco. Isso me afetou muito mais do que o assassinato daquele diplomata na armadura controlada remotamente pelo vilão.
    E a história com a Bethany Cabe, ah, como eu queria ver isso em um filme. Eu estranhei ver a Pepper Potts na história pois quando lia Homem de Ferro ela já era coisa do passado. Mas o filme do Homem de Ferro 2 chegou bem perto dessa fase fascinante.

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    1. Oi, Victor, bem vindo! Eu também achei a temática bem adulta, essa é a maior prova de que nem toda HQ é escrita para crianças... E, sabe, o drama com o Jarvis foi o que mais me marcou nessa história, a arrogância de Stark chegou a um ponto onde nem mesmo os mais chegados queriam ficar próximos a ele... Também fiquei mais afetada com a demissão dele do que com a armadura controlada transformando o Homem de Ferro em um baita vilão.
      Bethany Cabe... Eu gosto dela! ^^

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  3. Oii Cecy! A sua resenha ficou ótima! Como você disse nos filmes o Tony é mostrado mais como heroi do que ele mesmo :/ ainda não li um HQ, mas pretendo. (Acho que falei isso no post anterior kkkk) Eu te marquei em uma Tag lá no blog:

    http://www.apenasgiz.com.br/2016/08/tag-de-tudo-um-pouco.html?m=1

    *Beijokas -Hellen Barros.

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    1. Oie Hellen! Obrigada por estar sempre aqui! Responderei rapidinho, beijoooo!

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