Oi gentem...
Claro que eu ia passar por aqui hoje. No ano inteiro existem duas datas muito importantes que todos devem anotar em suas agendas. São elas: 24/08 e 15/10. Meu aniversário e o dia do professor respectivamente. Adoro ganhar presentes nesses dias, ahahah... Mas enfim, o foco não é esse.
Ser professor definitivamente não é pra qualquer um. Essa semana conversando com meus alunos do oitavo ano eu descobri que uma das minhas alunas não gosta da minha matéria, mas mesmo não gostando de Língua Portuguesa, ela é uma das melhores da turma. E pra fazer um drama, eu soltei um "você não gosta de mim" hoje na sala. Nisso uma outra aluna falou: "mas todo mundo sabe que ela não gosta de você!" QUÊÊÊÊ??? EU NÃO SABIA!!! Isso me deixou pensativa. Quantos alunos mais não gostam de mim? Essa aluna está comigo há três anos, e eu nunca notei isso. Só que na escola sou reconhecida por ser uma professora amiga dos alunos, que se importa com eles, que pega os problemas deles... quando fiquei insensível? Depois sabe o que eu me lembrei? Que nem Jesus, o único Homem verdadeiramente santo que passou nessa terra foi amado por todos. Ao contrário, nós o crucificamos e nem por isso Ele deixou de amar as pessoas. Pronto! Foi o suficiente pra eu parar de me preocupar! A ironia? Essa aluna no final da aula foi a única que ganhou um ponto a mais na média devido a avaliação de material e matéria. Assim que eu falei que ela tinha garantido um ponto a mais na média, a mesma aluna que me falou que a menina não gosta de mim soltou a pérola: "Pra que isso se ela nem gosta de você?". Pensei muito antes de responder que eu não avalio nem dou nota pra ninguém pelo amor que um aluno sente por mim ou o que eu sinto por eles. E é verdade. Ser professor é padecer. É rir, é chorar, é sofrer, é querer matar aquela criatura que pula em cima do seu joelho machucado, mas, de boa: como não amar essas pestes? Ahahah... Minha mãe não entende. As vezes eu chego em casa brava, querendo fulminar, degolar um infeliz e logo em seguida eu já estou rindo da situação e no outro dia, já esqueci.
Creio que ser professor é um dom. É muito fácil amar crianças e adolescentes, mas não é fácil estar no cotidiano escolar deles. É muito lindo dizer que fez faculdade pra dar aulas, mas é muito difícil tentar aplicar as ideias de pensadores que viveram 380 anos atrás e adaptá-las para o contexto atual.
Um taxista essa semana me falou que quando ele era pequeno ele tomou uma varada da professora. Ele aprendeu que deveria respeitar a autoridade da moça e tinha medo de apanhar dela. Sinceramente, nos dias de hoje meu medo é apanhar deles, eles definitivamente não têm medo de mim. Mas tudo bem, não penso como a Rainha de Copas da Alice no País das Maravilhas onde ela diz que é melhor ser temida do que amada. Eu prefiro ser amada. E claro que tem aluno que não gosta de mim, não entendi o porquê eu fiquei tão indignada. Eu odiava quase todos os meus professores!!! Quem sou eu pra cobrar amor incondicional de aluno? Ahahah...
Enfim, ainda não tenho anos e anos de experiência, com certeza vou encontrar alunos que me amarão, os que me odiarão e eu terei de aprender a lidar com isso e não levar pra minha vida pessoal. Pra minha vida pessoal tenho que levar o aprendizado dessas crianças e saber que fiz o meu melhor, que fiz a diferença nas vidas deles. Que eu nunca seja para meus alunos o que meus professores pregos foram pra mim. Claro que existem aqueles inesquecíveis, como minha primeira professora Leila, ano passado eu fui professora do neto dela. Ou a Regiani, (está correto o nome dela, viu? rs!) atualmente somos colegas de profissão, ou ainda meu inesquecível "psor Má", o professor Marcelo de inglês do 2º colegial. Teve também o psor Gatão, a psora Freddie Kruger, a tia Pantera Cor - de - Rosa, a "Claudiona - loca", e tive até uma professora no Magistério que se parecia muito com a Mini - Ranheta do Picapau... E claro que tem os da facul, o professor Dorival Dugnani, por exemplo. Como eu puxava o saco daquele homem, gente... Ele era nosso professor de Literaturas. A primeira Literatura que ele nos deu foi a inglesa, e quando ele entrava na sala com aquele vozeirão dizendo "boa noite senhoras e senhores..."Ai, ai... E quando ele falava com aquele inglês britânico perfeito, umas amigas falavam que quando ele falava assim elas até pensavam em trocar os maridos pelo Dug, heheheh...
Os mestres nos ensinam o caminho para tudo. Um médico, um engenheiro, um arquiteto, enfim, todos passaram pelas mãos de mestres. Uma professora minha uma vez me disse que o dentista dela desdenhou de sua profissão; ela apenas olhou pra ele e disse: "Lembre-se que quem te colocou onde você está no momento foi um mestre". E é verdade. Tudo começa com o educador. Ele que te ensina o ABC, que te dá as primeiras noções de palavras e que te acompanha até a faculdade. Esses mestres aí do lado também são fera, sou fã deles, ahahahah... Enfim, queria ser como a Professora Maluquinha, aquela personagem do Ziraldo, sabe? Ela é fofa, ama o que faz é respeitada pelos alunos (e mal compreendida pelos pais e pela direção escolar, mas isso são ossos do ofício, rs!). Ao mesmo tempo penso no Mr. Shue da série Glee. Aquele professor é simplesmente fantástico. Ele ama incondicionalmente seus alunos e pra mim, na ficção, professor melhor que aquele não existe. Aquele que vibra com seus alunos e os encoraja a encarar a vida como ela é. Acho que preciso ser mais assim. Ser a diferença nas vidas dos meus picorruchos. Amar, aceitar, puxar a orelha, chorar junto, abraçar... Acho que isso torna a gente mais humanos.
Professor William Shuester - Glee Uma Professora Muito Maluquinha - Ziraldo
E após duas horas tentando escrever isso, só tenho uma coisa a dizer: FELIZ DIA DOS PROFESSORES PRA NÓS!!!
E como sou Whovian, termino com uma foto do meu querido décimo Doctor como professor John Smith no episódio "Human Nature" - terceira temporada atual, onde ele se passa por um professor de 1913 com uma forma humana comum... Só assistindo pra saber o resto.
Beijocas, e até a próxima!
Cecy...