Olááááááá!!!
Tudo bem, galera? Hoje trago uma resenha muito fófis de um livro que eu li em quatro horas. Malévola, de Elizabeth Rudnick. A editora Universo dos Livros têm lançado diversas releituras de contos de fadas só que sempre do ponto de vista dos vilões, e eu já resenhei alguns deles aqui
E tem também a Releitura do filme A Bela e a Fera e A Mais Bela de Todas - A História da Rainha Má, que eu jurava que tinha resenha de ambos aqui no blog, e descobri que não tenho, hahahahah. Enfim, vamos falar de Malévola, bora lá? Essa resenha contém SPOILERS.
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Imagem MLC |
SINOPSE: Malévola era conhecida no reino dos Moors como uma jovem alegre e doce. Ela acreditava na bondade inerente a todos os seres, mas tudo muda quando experimenta o amargo sabor da traição vinda de onde menos esperava. Para lidar com a decepção e proteger seu coração, Malévola decide se vingar e enfrenta uma batalha épica contra o rei ao maldizer Aurora, sua filha recém-nascida.
Mas nem tudo é o que parece. Será que ainda existe amor no coração petrificado dessa suposta vilã? O que será que ela pensa e sente ao acompanhar de perto o crescimento da indefesa e pura princesa que outrora amaldiçoou? Descubra nesse livro a verdade por trás dessa história...
Malévola, filha de Hérmia e Lisandro (Shakespeare! Amo) era uma garotinha muito amada por seus pais e por todos os Moors que habitavam aquele mesmo local. Os Moors viviam em um momento de trégua com os homens, porém, o rei Henry ainda queria dominar aquelas terras, que na cabeça dele, eram suas por direito. Um dia, enquanto os Moors cuidavam de suas próprias vidas, o rei Henry com suas tropas mais uma vez tentou invadir os domínios dos seres fantásticos e foi nesse dia que Malévola perdeu os seus pais. Porém, como era muito amada, foi criada pelos melhores amigos de seus pais, e Malévola cresceu muito amada. Os Moors amavam Malévola e todos eles fizeram o possível para que a fada tivesse uma infância feliz, e ela realmente, cresceu cercada de toda felicidade que poderia imaginar. Adorava usar suas grandes e negras asas para voar e brincar com seus amigos do bosque, e por vários anos, aquelas terras viveram em paz, e longe das vistas dos homens.
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Quando ainda era uma criança, Malévola aprendeu que seus pais sempre tentaram viver em paz com os humanos, e sempre quiseram unir os dois mundos - o reino das fadas e o mundo dos homens. E ainda na infância, Malévola teve a chance de conhecer o primeiro humano: Stefan, um garoto pobre que entrou no bosque dos Moors para roubar uma pedra que julgava valiosa. Após algum tempo de conversa, Stefan e Malévola se conectaram de uma forma tão bonita como se tivessem crescido juntos. Descobriram muita coisa sobre o outro, até mesmo que ferro queimava as fadas, e assim que descobriu isso, Stefan lançou longe seu anel para que nunca mais machucasse Malévola.
Mesmo tendo um dia maravilhoso, Malévola não achou válido contar para seus amigos que passara a a tarde toda com um humano. Talvez, com Stefan ela finalmente pudesse fazer o que seus pais queriam, unir os dois mundos.
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Sempre que podia, Stefan ia até os limites das terras dos Moors para se encontrar com Malévola, e aos poucos, aqueles amigos foram cada vez mais se conectando, cada vez mais se aproximando. Malévola tinha Stefan em alta conta, ela o considerava muito mais que um amigo, era seu melhor amigo, a pessoa que ela confiava, e o humano para quem ela abriu seu coração sem reservas. Os anos se passaram, Stefan se tornou um jovem forte e amável, e Malévola se apaixonou por ele perdidamente. No aniversário de 16 anos da fada, Stefan lhe deu de presente algo que ela não esperava, mas, que ela guardou como a lembrança mais linda que ela poderia imaginar: um beijo de amor verdadeiro. Só que como nem tudo são flores, Stefan precisou trabalhar para melhorar sua vida, e trabalhava com serviços gerais no palácio, lugar onde ele acreditava que o levaria a ser alguém na vida, e cada vez menos ele visitava Malévola. Por mais que a fada sentisse falta de Stefan, ela entendia seus motivos, pois o amava incondicionalmente.
Os anos passaram e Stefan e Malévola quase já não se viam mais, e após todos aqueles anos, o rei Henry novamente quis tomar as terras dos Moors, mas, agora, Malévola, a fada protetora daquele reino, estava mais forte que nunca e o exército do rei não foi páreo para os seres encantados, e enquanto os Moors comemoravam o sucesso, o rei voltou fracassado para seu castelo e, já quase sem forças, juntou os seus e deu-lhes uma ordem e uma recompensa: que aquele que matasse a fada protetora e tomasse o reino dos Moors, seria seu sucessor no trono. Stefan era muito ganancioso, e nesse momento ele tomou uma decisão: ele seria o novo rei, seria feliz e rico, mesmo que para isso, ele tivesse de matar àquela a quem ele amava. Ele então, vai até a floresta e passa horas com Malévola, ela estava feliz por estar novamente com seu amor, ele só não imaginava que seria tão difícil matar a fada. Após ele drogar a fada, descobre que não tem a capacidade de matá-la, então, ele comete o mais cruel e viu dos atos: corta suas asas.
"Stefan amava o mundo dele, amava a raça dele, mais do que jamais poderia amá-la. Levara suas asas para provar ao maldito rei Henry que ele era leal, mesmo sendo desleal a ela. [...] Naquele instante, uma parte sua morreu. A parte que acreditava na
alegria, na esperança e na paz. A parte que acreditava no amor. Essa parte se
foi pra sempre. Stefan cuidara para que isso acontecesse." (pg. 70)
Agora Malévola não era mais aquela jovem feliz, ela era uma triste fada sem asas. E o bosque também sentiu, pois, muitas flores perderam sua vida ao Malévola perder suas asas. Ela não sorria mais para seus amigos, e aqueles que a criaram não tentaram consolá-la, ao contrário, deram o tempo dela. Porém, assim que acordou de seu sono sem suas asas, algo se quebrou dentro dela. Ela confiou em um humano, e esse humano a traiu, agora ela não queria mais nada, queria apenas viver isolada em sua floresta e jamais deixaria que outro ser humano se aproximasse dela ou dos Moors.
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O problema não foi apenas perder as asas, mas, Malévola perdeu a vontade de viver, ela queria ficar quietinha em seu canto, e tudo ao seu redor foi definhando junto com ela. Então, ela transforma um corvo - Dieval - em humano e pede que este seja suas asas, trazendo informações que ela julgasse importante - ou seja, o que fosse referente ao rei Stefan.
Falando nele, Stefan se tornou o pior tipo de pessoa que se pode imaginar. Fez o inimaginável para se tornar rei, se casou com a filha do soberano anterior e logo no primeiro ano de seu reinado a princípio feliz, ele é abençoado com o nascimento de sua primeira filhinha, Aurora. Dieval avisa Malévola que os soberanos estão em festa pelo nascimento de sua filha primogênita, e então começa a estória que nós conhecemos: a de A Bela Adormecida. Malévola invade a festa de Aurora, amaldiçoa a garotinha, Stefan implora para que ela não faça nada contra a filha dele, porém, ela não sente mais nada - por causa dele mesmo -, ou seja, ela adorou ver o rei implorar pela vida da filha, porém, ela não estava nem aí, e desejou o pior: que a princesinha dormisse até que recebesse um beijo de amor verdadeiro, uma vez que ela sabia que isso não existia - graças a Stefan. Parabéns, rei, palmas pra ti.
Enfim, agora chega de spoilers, rs. Temos passagens de tempos aqui, Malévola estava sempre bem informada sobre as condições que Aurora estava sendo criada, e sem querer ela participou ativamente da infância da garota enquanto simultaneamente, provocava as fadinhas com brincadeiras que a faziam sorrir.
“Todavia, conforme dizia o ditado, os planos bem orquestrados muitas vezes dão errado [...]” (pg. 122)
Malévola é um livro de amor: amores quebrados e amores restaurados, amores pelos amigos, amores pela natureza... É onde vejo os motivos pelos quais amo os contos de fadas e as releituras, cada vez mais é possível aumentar, expandir o universo. Malévola é uma trama incrível que prende o leitor do início ao fim. Super recomendo.
“O coração de Aurora estava escancarado, ansioso por amar, enquanto o de Malévola ainda estava fechado. Contudo, vendo o quanto Aurora estava livre e contente, Malévola não podia deixar de pensar se talvez não tivesse prestado um desserviço durante todo esse tempo sendo tão fria.” (pg. 158)
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Malévola Preta, hahahaha... |
Malévola é um livro bonitinho, gentemmm, como eu disse, li em quatro horas - demorei mais para fazer essa resenha do que para ler o livro, hahaha - e é demais. Elizabeth Rudnick nos traz um outro lado do conto, enquanto as pessoas amam ouvir sobre as mocinhas, ela traz com maestria o lado sombrio de A Bela Adormecida. Ainda quero ler Malévola da Serena Valentino também para conhecer a versão oficial da Disney para tal trama.
Então era isso, pessoas. Vou ficando por aqui, amanhã eu volto.
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Título / Original: Malévola / Maleficent
Autora: Elizabeth Rudnick
Editora/Ano: Universo dos Livos / 2017 / 256 páginas