Oie! Espero que esteja tudo bem com todos vocês!
E hoje é final do mês, final da campanha do Setembro Amarelo, mas, não é por isso que abandonaremos a causa, não é? E também hoje é o último dia do BEDS! =(
E pra encerrar o mês, resolvi encerrar falando do livro que até o momento, foi o melhor que li no ano. Por Lugares Incríveis conquistou meu coração. Apesar de ser um livro com o tema de suicídio - novamente - posso dizer que é uma história pra levarmos pra vida.
Bora pra resenha?
Em primeiro lugar: eu amei essa capa! Quando eu tinha meus cinco anos eu ganhei um joguinho desse e brinquei por muitos anos com as pecinhas, construindo torres, escolas, casas e cidades, e essa capa me trouxe a minha infância de volta. Infelizmente eu não tenho esse livro, e não poderei ficar babando pela capa dele forever, nem ficar relendo as partes que mais gostei. Adoraria tê-lo na estante, se alguém quiser me presentar, só avisar que eu mando o endereço, hahaha...
Theodore Finch é um garoto de dezessete anos, esquisito, depressivo e suicida. Ele acorda pensando se aquele é um bom dia para morrer. No primeiro dia após o natal, ele sobe na torre do sino do colégio disposto a se jogar de lá, apesar de ao mesmo tempo pensar na sujeira que faria quando o resgate fosse recolher seus restos mortais. Quando nota que alguém está olhando para o outro lado da torre, percebe "Violet alguma coisa" estática olhando para baixo. Ele então se aproxima dela e grita: "Não tente me salvar, sou um caso perdido" para tirar o foco das pessoas lá embaixo, e enquanto se aproxima, fala pra ela olhar pra ele e a orienta a passar pelo muro e sair de lá. Quando ela está a salvo, ele tenta se focar em sua primeira opção, e de repente, escuta a voz de Violet, dando exatamente as mesmas orientações que ele tinha lhe falado minutos atrás. Ele então sente que passou o momento, e acaba saindo de lá. E, como é um cavalheiro, deixa que todos acreditem que Violet Markey - agora ele já sabe - realmente o salvou.
Há nove meses, Violet passou por um duro golpe da vida: sofreu um acidente com sua irmã um ano mais velha, Eleanor ceifando a vida da jovem, mas poupando a irmã sem nenhuma sequela. V já não aguenta a falta que sua irmã lhe faz, e meio que por impulso vai até a torre do colégio, só não esperava entrar em pânico. Se Finch não tivesse a salvado, ela teria morrido.
Após esse acontecimento, Finch se sente meio que responsável por Violet, e sente a necessidade de estar sempre por perto. E Violet faz algo que o surpreende. Ela sorri. Sorri verdadeiramente, e Finch percebe que esse sorriso é verdadeiro, e nesse simples gesto, ele sente que pode se aproximar mais da moça.
A única aula que fazem juntos é geografia, e o professor sugere que façam um trabalho em dupla explorando lugares pelos quais eles nunca estiveram, e, Finch imediatamente chama V para fazer o trabalho com ele. Detalhe: desde a morte de Eleanor, ela nunca mais entrou em um carro, nunca mais escreveu e nunca mais riu de verdade. Finch e V começam pelo ponto mais alto de Indiana: um monte de 383 metros. É nesse monte que tudo começa a mudar, para ambos. Ao chegarem lá em cima, V acha tudo feio, mas, nota que Finch olha tudo como se estivesse olhando para Oz, e ela então tenta ver com os olhos dele, e no momento em que ele segura sua mão, ela sente correntes elétricas por todo o corpo. Só lá em cima, de mãos dadas com aquele garoto, ela nota como ele é bonito, como seus olhos são intensamente azuis e como ele é atraente.
Com o mapa de Indiana em mãos, eles circulam os lugares prováveis para visitar, porém, V o lembra que falta apenas mais um, mas, ela se sentia tão a vontade com ele, que quando ele a chamava para conhecer um lugar novo, ela não hesitava. Voltou a andar de carro, voltou a rir, voltou a dirigir e voltou a escrever, coisas que ela tinha deixado de lado após a morte de sua irmã. A atração entre ambos era grande, mas, eles tentavam disfarçar o tempo todo. O ex-namorado de Violet, Ryan, estava tentando reconquistá-la, e nos poucos momentos em que estavam juntos, a loura se pegava pensando em Finch, em seus olhos azuis, braços longos e cabelos bagunçados. Pegar na mão já era algo corriqueiro para ambos, e V sentia suas mãos frias sem as dele, fora que a corrente elétrica ficava cada vez mais forte.
Apesar de ser um garoto encrenqueiro na escola, Finch sofria muito. Além de ser vítima de bullying - que os amigos de Violet cometiam - ele tinha uma péssima relação com o pai e sua mãe e suas irmãs não se importavam muito com ele. Quem lhe dava um pouco mais de atenção era o orientador Embry (ou Embrião, como Finch gostava de chamar em segredo). Ele tinha no corpo cicatrizes de maus tratos sofridos pelo pai. Em determinado ponto do livro ele fala que seu pai batia em sua mãe e nele também, chegando ao ponto de quebrar o queixo da mãe uma vez, e fazer quase o mesmo com ele. Conversando com sua irmã mais velha, ele lhe disse que sofria de dores de cabeça, e ela lhe disse para agradecer ao pai, pois ele socava a cabeça do menino na parede quando ele era menor. Agora o pai estava casado com outra com um filho que podia ou não ser dele, ninguém sabia ao certo. Finch se sentia cada vez mais triste, pois via como o pai tratava o enteado - ou filho - e a nova esposa,e o descaso que tratava seus três filhos nos jantares obrigatórios aos domingos. E apesar de toda essa dor, tinha Violet ali, olhando para ele e gostando dele da maneira como ele era. Simples, engraçado, mulambento... V deixou aos poucos deixou de andar com seus amigos para andar com Brenda e Charlie, os únicos amigos de Finch. A amizade entre ambos cresce, o interesse também, as correntes elétricas são maiores, e num dado momento, ambos se veem completamente apaixonados um pelo outro.
Eles procuram viver intensamente cada dia, como se só houvesse o agora, e Finch se sente amado pela primeira vez em sua vida. Finalmente, alguém olha pra ele, se preocupa com ele... Mas, ele está quebrado, e, apesar de amar aquela garota com todas as forças, ele lhe diz que não pode prometer não machucá-la pelo fato de estar quebrado em pedacinhos. V também está quebrada, então, eles meio que entram em um acordo de um ajudar o outro. Apesar de estar feliz, Finch ainda sofre com seus pensamentos suicidas, ainda sofre com o bullying na escola, mas, tenta com todas as forças mostrar para Violet, que vale a pena viver. Apesar de ele mostrar toda a intensidade da vida pra ela, ele não acredita que possa ver a vida da mesma maneira como quer que ela veja. Ele quer que ela viva, mas, não tem certeza que pode viver. Mas, ele quer tentar, porque quer amar e ser amado. Já estou quase chorando...
Uma das palavras que V usa para descrever um dos momentos deles é "adorável", e ambos começam a usar essa palavra com mais frequência para descrever certas coisas. E eu usaria essa palavra para descrever tudo nesse livro: adorável. É um livro forte, muito forte mesmo, me fez rir e me fez chorar. Nos últimos sete capítulos eu chorei compulsivamente, praticamente sem intervalo. É um livro lindo, com um final arrasador.
Finch mostra para V que viver vale a pena, mas, paga um preço alto, muito alto. Ele lhe traz a alegria de volta, lhe incentiva a voltar a escrever, apresenta Brenda para ela - que se torna sua grande amiga - ajuda ela a colocar pra fora toda a raiva que ela sente por Eleanor ter morrido, enfim, ele lhe ensina a amar, e o melhor, faz com que ela se sinta amada. Em determinado ponto do livro, V encontra uma carta que Finch escreveu para ela. Violet fica receosa com o que pode ter lá, tem medo de suas palavras serem cruéis, mas, ao ler ela chora e se emociona muito - e o leitor também. Ou só eu pelo fato de eu ser uma mole, sei lá! Ela fica temerosa de ler que ela não é suficiente para ele, que ele não a amava de verdade, que ele se sentia traído por ela (pois ela contou para os pais algo que pediu para manter entre eles), enfim, ela está completamente insegura. Mas, o que ela encontra são doces palavras, palavras que ninguém jamais imaginaria vir de Theodore Finch, mas que V tinha certeza que nada tão doce poderia vir de outra pessoa que não fosse seu Finch:
"É adorável ser adorado por aquela a quem adoro!"
Só essa frase é o suficiente para meus olhos marejarem novamente. Gente, já escrevi muito, vou parar por aqui, para evitar que eu lance grandes spoilers. Tudo o que falei aqui não é um terço de tudo o que se passa, pode confiar em mim, vocês sabem que quando conto coisas importantes, eu deixo um aviso de alerta bem grande, rs! Por Lugares Incríveis é um livro adorável, V é adorável, Finch é adorável, e o casal é adorável juntos. A cumplicidade, o amor, o carinho e a amizade de ambos faz com que a gente volte a acreditar nas pequenas coisas. V admirava a capacidade de Finch olhar para as coisas com olhos mágicos, apesar de ele ser uma pessoa tão problemática, tão traumatizada, Finch procurava se agarrar a vida com unhas e dentes, tentava viver um dia de cada vez, tentava viver por ela, por sua adorada namorada.
O enredo é sobre superação. V precisa superar a morte da irmã e Finch precisa superar seus traumas. O enredo é sobre amizade. Eles descobrem que um é realmente o melhor amigo do outro por poderem ser eles mesmos um com o outro, ao mesmo tempo que V nota o quão superficial são seus próprios amigos e o quão especiais são os dois únicos amigos de seu namorado. O enredo é sobre atenção: a falta de atenção da família de Finch o leva a ser uma pessoa extrema, o excesso de atenção dos pais de V a leva a ser uma pessoa programada, e a atenção que um dá ao outro, mostra o caminho para o amor. O enredo é sobre amor: o amor de V tinha por sua irmã, o amor que os pais dela tinham por ela, o amor que Brenda tem por Finch, e claro, o amor que Finch e V desenvolvem. Ele a chama de Ultravioleta Markante, e ela apenas o chama de Finch. Uma vez ela o chama de Theo, que era como sua família o chamava, mas, Finch soa mais atraente.
Em contrapartida, é um enredo forte, pesado e obscuro, que nos coloca para pensar. Durante todo o livro, a autora fala sobre números de pessoas que cometem suicídio por determinadas maneiras: afogamento, enforcamento, overdose por remédios, inalando gás do carro... Os números são realmente assustadores. E ao final, ela nos conta que na adolescência, um garoto que ela amava se suicidou, então, ela foi uma "sobrevivente pós-suicídio" de alguém que ela amava, e usando essas lembranças e emoções, ela nos emociona também. E deixa endereços eletrônicos de sites que auxiliam pessoas que estejam pensando em algo assim, ou pessoas que fracassaram na tentativa - graças a Deus - a superar seus traumas.
Babei nessa capa, gente. A capa brasileira é linda, mas, essa americana faz muito sentido pra quem leu. Os post-its representam a maneira como ambos organizam suas ideias. O pássaro representa Theodore Finch, pois há uma qualidade de pássaro chamada Star Finch e a flor é uma violeta representando o nome de Violet. E é bonitinho também que lá no post-it do lado da palavra "All", está escrito: "The story of a boy called Finch and a girl named Violet" (A estória de um garoto chamado Finch e uma garota de nome Violet).
Suicídio é algo sério, gente. A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio. Muitos são por besteira mesmo, como o caso de uma moça que se enforcou após o término do namoro e postou no Facebook um adeus. Ou como aqueles dois casos no início do mês de pais que mataram seus filhos e a si próprios porque não queriam perder a estabilidade financeira que tinham... Isso é burrice! Tem também casos de pessoas que não executam suas faculdades mentais que acabam passando por isso. Mas, tem também aquelas pessoas infelizes que acham que a única opção é o suicídio. Caso tenha alguém lendo esse post e que esteja com esse tipo de pensamento, eu te digo: não é opção. Nunca é opção! Levante a cabeça e enfrente, lute, não se acovarde. Gente, se eu fosse contar tudo o que já passei, era pra eu ser uma pessoa no mínimo com um quadro de depressão fortíssima. Mas, eu me obriguei a ser maior que a doença, e, graças a Deus, venci. Estressada, com certeza, mas, depressiva, não! Me recusei! Lutei, chorei, mas, me recusei. Sabia que se deixasse me afundar, pensamentos ruins viriam, pensamentos suicidas viriam, e a única coisa suicida que eu gosto é o Esquadrão Suicida, hahaha... Lute por sua vida, se agarre com unhas e dentes, não deixe a escuridão te levar. Pense em quem você deixaria pra trás... Será que valeria a pena deixar sua família ou seu amor sofrer tanto? Me desculpe falar assim, mas...
Espero de coração que essa campanha pesada que diversos blogueiros investiram em seus blogs frutifique... Queria poder fazer um pouco mais, mas, se em cada post onde eu falei um pouquinho sobre isso deu pra evitar que alguém cometesse uma loucura dessas, já valeu a pena!
E hoje foi o último dia do BEDS - Blog Every day in September - e quero agradecer a todos que estiveram aqui todos os dias comigo. A professorinha aqui cortou um dobrado para elaborar e corrigir provas, driblar o cansaço e ainda assim arrumar assunto todo dia. Não disse que falo demais? Olha a prova nesse mês, hahaha! Quero agradecer aos seguidores novos e antigos, agradecer a vocês meninas - Tay, Luli, Hellen, Tati, Babi - que estão aqui praticamente todos os dias me deixando recadinhos lindos que eu amo responder, obrigada de verdade, vocês já fazem parte da minha vida! Prometo não me ausentar por tanto tempo como andei fazendo, vou marcar os dias de fazer post e em breve passar para vocês!
Meus amores, perdoem o post enorme - Luli, não falei que entendo essa incapacidade de síntese? Hahahah - mas, já estou sentindo falta de vocês! Vou ficando por aqui, um ótimo sábado na companhia do Eterno!
Beijoooo! =)