Olá pessoas, tudo bem?
Devido a chuvarada necessária de ontem, minha net não estava legal, então, hoje farei dois posts para compensar ontem, e amanhã mais dois para compensar o de quarta, ok?
Quando eu tinha uns 17 anos mais ou menos, assisti a um filme da Sofia Coppola com o nome As Virgens Suicidas, e esse ano descobri que era livro. Me lembro de não ter gostado muito do filme, achei forte, mas, quis saber como era a experiência da leitura e vou contar pra vocês também. Bora lá?
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SINOPSE: Num típico subúrbio dos Estados Unidos nos anos 1970, cinco adolescentes se matam em sequência e sem modo plausível. A tragédia, ocorrido no seio de uma família que, em oposição aos efeitos já perceptíveis da revolução sexual, vive sob severas restrições morais e religiosas, é narrada pela voz coletiva e fascinada de um grupo de garotos da vizinhança. O coro lírico que então se forma ajuda a dar um tom sui generis a esta fábula da inocência perdida. Adaptado ao cinema por Sofia Coppola, publicado em 34 idiomas, o livro de estreia de Jeffrey Eugenedes logo se tornou um cult da literatura norte-americana contemporânea.
Esse foi o primeiro livro narrado na terceira pessoa do plural que eu li. Não, mentira, eu li "Uma Professora Muito Maluquinha" do Ziraldo, também é narrado na terceira pessoa do plural, rs. Mas, este tem um contexto muito mais forte do que o do Ziraldo.
As irmãs Lisbon viviam em um bairro legal do subúrbio, eram engraçadas, divertidas e super cobiçadas pelos meninos da rua e da escola. Elas tinham entre 13 e 17 anos e se dependesse da mãe, viveriam em um universo paralelo. O pai era professor na escola que elas estudavam e ao que tudo indicava era um homem com a sanidade perfeita. Tudo ia bem até que um dia a caçula, Cecilia Lisbon de 13 anos cortou os pulsos dentro de uma banheira com água morna para acelerar o processo. Ela foi encontrada e levada para o hospital, após alguns dias recebeu alta. Para tentar esconder as marcas em seus pulsos, usava braceletes colados com fita adesiva, e para tentar alegrar um pouco o ambiente, seus pais permitiram que elas dessem a única festa da vida delas. Os garotos foram convidados para a festa, e no meio da noite, Cecilia pediu para a mãe para se retirar. Minutos depois escutaram um barulho estranho e a mãe se desesperou, e não era pra menos: Cecilia tinha se atirado da janela do seu quarto e caído em cima da cerca de lanças. Isso foi apenas duas semanas depois de sua primeira tentativa.
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Posso dizer que é uma leitura bem difícil de se fazer, e que não é spoiler nenhum falar que as meninas Lisbon se mataram, uma vez que o nome do livro já nos revela isso. É intrigante ver o que aconteceu após a morte de Cecilia e o que levou as outras quatro Lisbon a cometerem seus suicídios coletivos. Therese, Mary, Lux e Bonnie eram alegres e até tentaram retomar suas vidas após o suicídio de Cecilia, mas, a mãe dobrou os cuidados com as meninas. Pior de tudo: havia uma greve no cemitério e Cecilia não pôde ser enterrada, permanecendo em uma câmara resfriada até que a greve acabasse. Coisa de doido essa de os mortos não poderem ser enterrados... Isso me lembrou um pouco Incidente em Antares, de Érico Veríssimo - nunca tive coragem de ler, mas, sei o contexto, rs. Pra quem não sabe, sete pessoas morrem e devido a uma greve de coveiros, eles ressuscitam e ficam vagando por Antares. Não, Cecilia não ficou vagando, mas, o fato da greve me lembrou disso. Voltando ao foco, as Lisbon tiveram a oportunidade de pela primeira - e única - vez irem a um baile da escola, e devido a umas decisões erradas de Lux, todas sofreram represálias da mãe, levando-as a tomarem decisões fatais.
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Confesso que em algumas situações eu achei os meninos ridículos, tive vontade de estrangulá-los várias vezes por serem tão estúpidos, mas, ao mesmo tempo fiquei feliz por eles terem alguns momentos de alegria. Achei interessante a narrativa do autor em brincar com o presente e o passado, pois ele narrava em dois tempos. Os meninos comentavam o tempo todo que mais tarde, quando encontraram o senhor Lisbon, ou a mãe das garotas, ou alguém que pudesse dar maiores informações sobre o passado, então, percebemos que eles estão narrando um fato passado, fora que eles comentam o tempo todo que reuniram provas durante os anos que levavam eles a tentar descobrir o que tinha levado as meninas a seguirem por esse rumo. Não vou contar aqui a maneira como cada uma escolheu tirar sua vida, até porque não há um mistério envolvendo as mortes, só que elas realmente tomaram o caminho mais fácil.
Eu sempre falo que suicídio não é o melhor caminho, que é fraqueza, covardia e falta de amor próprio. Pra mim não tem essa de "corajoso o suficiente para tirar a vida", ao contrário, é fraco demais para tentar mudar as coisas. Não é um livro tão pesado quanto aos outros que já li com a mesma temática, mas, ainda assim é chocante. Pior que eu sei que existem extremistas que levam a criação dos filhos de uma maneira tão rígida que acaba fazendo com que eles tomem decisões que mudam suas vidas para sempre.
Enfim, As Virgens Suicidas foi uma leitura... estranha. Recomendo pra quem costuma ler de tudo, mas, não é o típico livro que indicaria para qualquer público.
Acima está o trailer do filme com Kirsten Dustin como Lux Lisbon.
As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides) - Jeffrey Eugendes, 232 páginas, editora Companhia das Letras. Se eu recomendo? Ééééhhhh...
Beijooooo
Nossa que forte flor o tema que foi abordado. Mas acho que vai valer a pena ler. Gostei da resenha. Nunca li um livro escrito na terceira pessoa do plural, achei interessante bjs
ResponderExcluirTaynara Mello www.indicarlivros.com
Oi Tay!
ExcluirRealmente é difícil, dá uma certa agonia... E é interessante ler um livro narrado por várias pessoas, realmente diferente.
Beijoooo