Hello, Sweeties! Tudo bem "cocês"?
Pra compensar a ausência de resenhas em setembro, bora começar com uma muito boa?
O desafio de agosto do Clube do Livro era escolher um livro pela capa, e eu confesso que eu quis esse livro pelo simples fato de ser sobre Doctor Who, eu não tinha a menor ideia do que se tratava, falei com uma amiga minha que eu queria esse livro, e no natal de 2015 ela me presenteou. Quando resolvi ler fiquei me perguntando porquê demorei tanto pra isso.
Enfim, bora lá?
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SINOPSE: É o dia seguinte ao assassinato de John F. Kennedy - e o rosto de pessoas mortas começam a aparecer por toda parte. O guarda Reg Cranfield vê o pai na névoa densa ao longo da estrada Totter Lane. A repórter Mae Callon vê a avó em uma mancha de café na mesa de trabalho. O agente especial do FBI Warren Skeet se depara com seu parceiro falecido há muitos anos olhando pra ele através das gotas de chuva no vidro da janela. Então os rostos começam a falar e gritar. São as Mortalhas, que se alimentam da tristeza alheia, atacando a Terra. Será que o Doutor conseguirá superar o próprio luto para salvar a humanidade?
Primeira coisa que digo sobre esse livro: ele é muuuuuiiiitoooo da hora! Sério mesmo, muito da hora. O fato de o autor ser Whovian realmente faz toda a diferença, pois ele nos traz diálogos que são a cara de Matt Smith como Doctor, gente. Mas, bora do começo, né?
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O Doutor e a companion do momento - Clara, linda! - estão saindo de um planeta onde bolhas de sabão com cheiro de abacate exalam de um determinado oceano. Eles estão rebocando uma nave que ficou presa durante a enchente. Poucos momentos depois eles aterrissam e a TARDIS trava em um determinado local e um determinado momento da história. JFK foi assassinado e o país inteiro - pra não dizer o mundo - está em luto. Várias coisas estranhas começam a acontecer, como o fato de algumas pessoas verem os rostos de seus entes queridos em qualquer coisa: gotas de chuva, névoa densa, cicatrizes na pele, poça de lama... e o pior, nenhum vê uma mesma coisa, podem várias pessoas olhar para a mesma mancha e cada uma vê uma pessoa diferente da outra. Doctor e Clara vão parar em um hospital, onde encontram Mae Callon, uma jornalista que fica responsável por colocar fotos de outro ângulo que mostra o momento exato do assassinato do presidente, porém, ao ver as fotos ela se irrita um bocado. Sua avó, Betty, tinha falecido há um tempo, e Mae tinha como maior arrependimento o fato de não ter estado com sua avó durante seus últimos momentos. Juntando isso, mais o fato de a moça estar estressada devido ao assassinato, por puro descuido, derruba café em sua mesa, e aquela mancha de café vai criando a forma de um rosto... o rosto de sua avó! De repente, aquele rosto começa a falar coisas horríveis para Mae, e num ato de desespero, ela bate no rosto até ele sumir, porém, derruba todo o café em seu braço formando uma cicatriz horrorosa, e novamente, aquele rosto toma forma, e a deixa em pânico. Ao ir até o hospital para tratar a queimadura, Mae se vê frente a frente com o Doctor, que quer por que quer encontrar a solução para tudo aquilo.
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As coisas só pioram a partir daí, e o Doctor sempre muito bem humorado - e completamente fascinado com tudo o que está vendo, tenta encontrar uma maneira de acabar de vez com isso, mas, ele não tem ideia de que espécie é aquela, com o que ele está lidando, e o pior: não sabe como derrotar a ameaça!
Incentivado por sua determinação, o Doctor juntamente com Mae e Clara agora com um novo aliado - o agente Skeet - precisam encontrar uma maneira de conseguir encontrar a raiz de tudo, pois as coisas ficam piores: agora não são mais rostos, mas, mulheres com véus azuis que cobrem os rostos seguram nas mãos de todos os que entram em contato com elas. Ao tocar nessas pessoas, elas se conectam com suas lembranças de pessoas que elas já perderam e as faz sofrer. O Senhor do Tempo se disfarça de brigadeiro Lethbridge-Stewart e se infiltra em uma parte do hospital que foi transformada em QG, e onde um general que acha que está em guerra e que tudo é tramoia da Rússia quer atacar com tudo o que eles têm, porém, o soldado Keating, que ainda tem os pés no chão, não acredita que seja esse o caso.
-Você drogou o seu superior?
-Claro que sim! - retrucou Keating. - Você conheceu o cara. Ele é maluco. Desesperado por uma briga. Posso não ter os anos de experiência dele, mas sei que não se ataca um oponente antes de saber quem ele é. (p.95)
O Doctor então conseguiu estabelecer um breve contato com aquele ser estranho no braço de Mae que se autointitulou de Mortalha, e com várias cabeças pensando, ele conseguiu descobrir que as Mortalhas ao tocar nas pessoas, conseguiam criar raízes em seus pensamentos, e trazer todas as fases do luto - da negação até o mais profundo lamento, a depressão, e que isso as tornava fortes o suficiente. E que eles teriam poucas horas para conseguir acabar com essa raça, porém, ele ainda não fazia ideia de como. Muita coisa aconteceu, e eles descobriram um buraco de minhoca por onde possivelmente as Mortalhas passaram e chegaram até a Terra, então, juntamente com os amigos, partiram pra dentro daquele buraco de minhoca e foram parar no planeta anterior onde as Mortalhas se alimentaram. Enquanto atravessavam o buraco de minhoca, às vezes eles se moviam fisicamente para dentro do pensamento de pessoas que já haviam sido destruídas pelas Mortalhas. Aconteceu por poucos segundos com Warren e com Mae, porém, ao acontecer com Clara, as coisas foram diferentes, ela demorou presa no pensamento alheio, e o Doctor precisou intervir:
Clara deu um pulo no banco. Estava de volta à ambulância - só que agora, Warren dirigia e o Doutor se espremia entre eles, com os dedos na testa dela.
-O que você está fazendo? - gritou ela, empurrando as mãos dele. O Doutor pareceu confuso por um instante.
-Eu estava salvando você.
-Você entrou na minha mente?
-Sim. Para salvar você.
-Você entrou na minha mente sem a minha permissão?
-Mais uma vez, parece que você não está ouvindo a parte do "eu salvei você".
-Nunca mais faça isso!
-O quê? Salvar você?
-Não. Entrar na minha mente sem permissão.
O Doutor mexeu na gravata borboleta, nervoso.
-Tudo bem - disse ele.
-A menos que você tenha que fazer isso par me salvar, óbvio. [...]
Agora me fala a verdade: como não amar esses dois?
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Tommy Donbavand soube com certeza escolher as palavras certas para descrever uma aventura como essa, e em todo momento eu conseguia perfeitamente imaginar o Doctor e Clara tendo aqueles diálogos maravilhosos e tentando juntos encontrar uma solução para o problema, sempre se protegendo e sempre se defendendo.
Outro fator que achei bem legal, foram as referências a outros Doutores em outras temporadas. Por exemplo, o Doctor viu um rosto também, era o rosto de Astrid, a camareira que se sacrificou para que ele pudesse evitar que o Titanic caísse no Palácio de Buckigham no Natal... Hein?!? Só digo: assistam o Especial de Natal da segunda temporada, 2006, que vocês me entenderão, rs. Além de citar o grande cachecol do 4º Doctor, o guarda-chuva com cabo de ponto de interrogação do sétimo Doctor, a jaqueta de couro e os cabelos curtos do 9º Doctor... Referências e mais referências. Além de cinco páginas repletas de lembranças, onde podemos ver o Doctor e suas muitas despedidas - com sua neta Susan, Adric, Zoe, Jammie, Jack Harkness, Sarah Jane, a despedida trágica de Rory e Amy (Vai ficar tudo bem, eu sei que vai. Eu vou ficar com ele, como eu deveria. Rory e eu, juntos. Ragged man, goodbye! e eu chorando, relembrando a cena), Astrid, Jo Grant, o brigadeiro... Todas essas lembranças para acabar com a gente, e com as Mortalhas. Gente, não tenho explicações, de todos os livros que já li sobre o Senhor do Tempo, esse foi o que realmente, mexeu com minhas emoções profundas. E se é Doctor Who, eu recomendo.
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Mortalha da Lamentação (Shroud of Sorrow) Tommy Donbavand. Editora Suma das Letras, 173 páginas. Adorei e super recomendo. Até o Finch recomenda, hahah.
E não percam: dia 25 de dezembro, especial de natal, despedida de Peter Capaldi como Doctor (lágrimas cairão na despedida do Capaldão - rimou!), de Pearl Mackie como a maravilhosa Bill, e a introdução de Jodie Whittaker como a primeira Doutora em 53 anos, yey! Estou bem empolgada.
Beijos e queijos!
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