quarta-feira, 14 de setembro de 2016

BEDS - Post nº 14 - Resenha #29 - Quarteto Fantástico - O Fim

    Oi chuchus da tia Cecy, tudo bem com vocês?
Espero que esteja tudo ótimo. Hoje vamos falar sobre mais uma HQ que mexeu com meus sentimentos mais profundos: Quarteto Fantástico: O Fim, de Alan Davis.  



    Primeiro que quando eu vi a palavra "o fim" no título, eu achei que era um quadrinho de despedida do Quarteto. Confesso que achei o início dessa história um tanto quanto confusa, mas, tenho a desculpa que não tinha lido as anteriores, então... Esses encadernados da Salvat realmente são lindos, cada um que eu leio, fico mais encantada! É uma história de amor, de família, de amizade e de perseverança.

    Bora pra resenha?

    Vinte anos atrás, o grupo entrou em uma batalha contra o Doutor Destino. Essa batalha épica levou o Doutor Destino a morte, porém, para que ele morresse foi necessário que os filhos de Sue e Reed (Franklin e Valeria) entrassem na batalha e se sacrificassem para derrotar o cara mau. Vinte anos depois, tudo está muito complicado. 
  Lembra no filme "Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado" quando Johnny e Ben estão conversando sobre a possibilidade de o grupo se separar? Ben indaga se eles trabalhariam juntos ainda, e Johnny brinca: "E como nos chamariam? Dupla Dinâmica?". Aós isso, passamos o filme todo pensando que eles vão se separar e no fim, vemos que eles optam por permanecer juntos. Pois bem, aqui nessa história, temos a oportunidade de ver o que acontece quando eles realmente se separam. De alguma forma, todos estão quebrados: Reed só quer saber de trabalhar em máquinas de melhoria e prolongamento da vida humana e raramente mantém contato com pessoas, quer apenas se afundar no trabalho isolado em uma base em órbita; Sue está em uma missão muito louca de arqueologia marinha, está praticamente separada de Reed; Ben vive em Marte com sua família (ele e Alicia estão com três filhos) dentro da colônia dos Inumanos, afinal, com a ajuda do Quarteto, o Sistema Solar foi colonizado e vive em uma "Era de Ouro" e ele pode escolher se quer ficar com a aparência humana ou não; e Johnny, finalmente amadurecido, é um dos membros mais influentes dos Vingadores.


   A única pessoa com quem Reed tem contato é com sua fiel amiga Mulher Hulk, que tenta fazer com que ele tome as decisões certas para a sua vida, tenta colocar um pouco de juízo na cabeça do Doutor Fantástico, sempre fazendo com que ele se lembre de sua humanidade e de sua família, lembrando a ele que família não é apenas a literal, mas, as pessoas que estão sempre ao seu redor. Reed se culpa e muito pela morte de seus filhos, e, podemos dizer que a morte de Franklin e Valeria foi o golpe certeiro para a separação do grupo. Na verdade, ainda existe o Quarteto Fantástico, mas, eles sequer mantêm contato uns com os outros, ou seja, existem, mas não trabalham mais juntos. Sabe quando pessoas passam muito tempo juntas, se conhecem tanto, sabem tanto um do outro que quando chegam as adversidades elas não sabem como lidar com as coisas? Então, foi a sensação que eu tive com o distanciamento deles.


   Porém, o Quarteto pode estar em caos dentro de si mesmos, mas, os inimigos estão sempre dispostos a acabar com tudo, e um deles - que eu não me lembro qual, rs! - se infiltra na base de Reed e personifica como Mulher Hulk e retira informações suficientes para trazer um grande tumulto para a Terra e o Sistema Solar num geral. E, gente, muita gente aparece nessa história: Galactus, Toupeira, Aniquilador, Fantasma Vermelho, Novos Vingadores, Inumanos, Krees, Skrulls, Vigias e mais um monte de gente, ahahaha! Começa então uma big confusão, e eles então precisam se unir novamente, porém, Sue está com o príncipe Namor no mundo subaquático onde ela tem certeza que pode encontrar algo que salvará a sua vida de uma maneira que nunca ninguém poderá fazer. Ninguém entre aspas, pois, simultaneamente, temos Doutor Estranho e sua filha fazendo magias ara auxiliar Sue em sua jornada. 


   Enquanto os vários heróis lutam para tentar conter essa leva de vilões que apareceram na história, Namor deixa Sue em um determinado ponto onde ele não pode entrar por ser uma área "fora de sua jurisdição", vamos assim dizer, e Sue segue sozinha, adentrando cada vez no mais profundo do oceano, determinada a não sair dali sem ter seu sucesso. Mas, como não teria graça a batalha acontecer lá em cima e ela perder tudo, ela acaba entrando nos domínios de mais um dos inimigos e precisa lutar contra todo um povo para conseguir o que está procurando.


    Então o bicho pega em cima da terra e dentro da água, e, na medida do possível, as coisas vão dando certo. Por obra do destino ou sei lá o que, o Quarteto Fantástico vai lentamente se aproximando numa tentativa desesperada de salvar a humanidade, e tudo começa a ficar muito confuso, rs! E após muita pancadaria e páginas cheias de figuras, o Doutor Estranho em sua conexão com Sue consegue transportar a Mulher Invisível para onde estão todos os outros após ela conseguir o objeto que ela tanto queria. E, novamente trabalhando juntos, eles conseguem fazer o impossível para um desfecho espetacular que me emocionou bastante! Sério, essa pegada de ficção científica ficou muito show. Uma mistura de Star Trek e Doctor Who, hahaha...

   A arte é muito bonita, as páginas são muito cheias e coloridas, porém, não é um colorido alegre, tem um tom sombrio o tempo todo, com muitos tons de azul que dá uma elegância triste para a obra. Dá pra sentir uma tensão no ar o tempo todo, e o artista foi muito feliz nas expressões faciais de Sue e Reed, dá pra sentir como eles estavam sofrendo, como aqueles vinte anos pesaram e envelheceram o casal 20 dos quadrinhos. Ficção científica pura, mas, com um realismo enorme, o centro dessa história não é a guerra, a derrota dos vilões ou sequer a separação e retorno da equipe, não, o foco dessa história é a família. A família construída e a família escolhida. Eu adorei essa história, de verdade. Eu sei que eu falo isso de todas as HQ's que eu posto aqui, hahaha, mas, essa eu gostei de verdade, pelo fato de o tema ter saído um pouco da zona de conforto e entrou em outra linha. 

    Estou quase contando o final, mas, dessa vez, não vou soltar spoilers, hahaha! Eu tentei ao máximo, não falei nada importante, sério.  Então, pra evitar transtornos, vou ficar por aqui. Espero que gostem da resenha!

Beijos, amores!




12 comentários:

  1. oi linda, tudo bem?
    já assisti os filmes do quarteto fantástico, mas nunca li um livro. fiquei encantada pela resenha. vou comprar. BEijos

    Taynara MEllo | Indicar Livros
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    1. Oi flor! Eu gosto muito de HQ's, super-heróis em geral, e volta e meia faço resenha dos quadrinhos da Marvel que leio... Essa edição da Salvat é bem carinha, mas tem a edição menor com capa molinha e páginas de jornal. Não é bonita, mas é mais barata e o conteúdo é o mesmo!

      Beijoooo! =)

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  2. Ótima resenha. Eu sou muito fã do Alan Davis e faz uns anos atrás eu fiz uma busca de tudo o que pude encontrar dele, como a série "X-men Excalibur", "Liga da Justiça: O Prego" e várias edições do "Batman". Ele é um dos melhores desenhistas e roteiristas e ele é um dos tradicionalistas, que veneram o trabalho do Jack Kirby, o desenhista original da Marvel.

    Essa edição é linda demais, e ao contrário de outras "O FIM", que eram histórias imaginárias de como seria a morte de um herói específico, o Alan Davis se recusa a "matar" o Quarteto e dá um final feliz para eles.

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    1. Obrigada, Victor! Eu li algumas resenhas negativas sobre essa história, coisas do tipo "as páginas são muito carregadas" ou "o erro do autor foi não saber onde chegar" ou ainda "ele se perdeu na história dando o foco pra qualquer coisa". Eu discordo totalmente. Como eu disse, fiquei confusa no início, mas, entendi perfeitamente onde Davis quis chegar, pois o foco era a família e como podemos nos destruir ao culpar a nós mesmos por algo fora do nosso controle. E eu fiquei com muito medo de a Sue morrer, fiquei o tempo todo pensando que ela morreria, mas, fiquei aliviada quando vi que não aconteceu isso, e aquele final... Que lindo!

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  3. Vixe que coisa mais linda você vem fazendo, menina das grandes gadeias! Não sei se sabe, mas, a cada vez que dedica o precioso tempo pessoal pra resenhar e publicar, está contribuindo para a fortuna crítica das histórias em quadrinhos, precária desde sempre, e só de uns tempos pra cá, com a ascensão da pop art, os fóruns, os blockbusters, as redes sociais, passou a tomar corpo. Não quero dizer que virará um livro; quero dizer que a web arquivará esse seu material pra que a posteridade conheça algo da obra e com isso sublinhe que o brasileiro é mais do que um consumidor de HQs; é um leitor de senso crítico. Estou adorando, Ceci, muito bem!

    Ah, esses Krees e Skrulls estão em todas! Por isso a Jessica Drew ficou tão complexada com eles... Haha!Admiro o 4Fantástico de longa data justamente pelo que pôs em relevo, amiga mutante: o valor da família. É importante notar que as HQs são um dos pouquíssimos veículos que ainda exaltam certos valores e virtudes conservadores: a família traditiva, a feminilidade, a masculinidade, o heroísmo, o romantismo, o bem comum, o belo, o justo, o verdadeiro, a ordem, o bem acima de tudo, o repúdio ao mal e à violência. O Quarteto Fantástico, que é a grande família das HQs, resume bem esta frase, "juntos somos mais, separados somos menos, sozinho somos nada, com justiça somos tudo". Bat-beijo.

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  4. Que lindo, bat-professor,fiquei lisonjeada, de verdade. Eu vejo poucas resenhas de HQ, e a maioria são homens que manjam muito do universo dos quadrinhos, confesso que fiquei com um medinho quando quis escrever sobre isso, principalmente, temendo que a repercussão machista fosse grande... Mas, depois pensei que se podemos ler sobre, qual o motivo de não escrever sobre? E vendo que esses posts geram comentários tão da hora como os seus e os do Victor Carballo que são os mestres Jedi dos quadrinhos no G+, rs, fico imensamente feliz, e vejo que meu medo era apenas isso: medo. E já passou, rs!

    Obrigada pelo carinho, amigo vigilante! Beijoooo! :)

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    1. nossa, obrigado pelos elogios :) sou apenas um nerd que le gibis demais :) Bom, anota a minha sugestão de um desses encadernados da Salvat "Vingadores Primordiais" do Alan Davis, é uma espécie de epilogo pra "Guerra Civil", perdidos em um lugar desconhecido de Asgard, Tony Stark e Steve Rogers precisam deixar a sua briga para trás e se tornar amigos de novo. Bromance dos bons :)

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    2. Uuuhhh, que enredo massa! Vou procurar, com certeza! Valeu pela dica! ^.¥

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  5. Oiii Cecy! Menina eu fui olhar os preços dos HQ's da Marvel e são caríssimos né!? Kkkkk Adorei a resenha *--* eu gostava bastante de assistir o quarteto fantástico <3 Bom saber que a mulher Hulk está nesse HQ, eu só conheço ela por causa de um jogo kkkk eii você viu que uma editora junto com a Marvel lançou alguns livros sobre super heróis?! Tem de vários, desde Deadpool até Guerra Civil :)

    *Beijokas -Hellen Barros.

    www.apenasgiz.com.br

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    1. Oie Hellen! Os preços da Salvat são horríveis!!! Hahaha! Eu sempre falo que tem a opção de comprar a versão mais pobrezinha, com páginas de folha de jornal, o conteúdo é o mesmo.

      Eu já comprei Guerra Civil ano passado, em breve já estarei comprando um próximo aí, rs!

      Beijoooo!

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  6. Está certíssima sobre o lema " ler sobre, escrever sobre", amiga mutante. Nem precisa ser especialista em arte sequencial, basta, apenas, amor à leitura, seja do que for, não é? Eu acho isso tudo muito lindo, vocês mulheres se enveredando para o lado da análise, do resumo, da resenha, da indicação, enfim, saindo do mero consumismo passando ao senso crítico. Isso dinamiza, embeleza, diversifica o meio pop. O mundo nerd ficou mais embelezado, atraente, interessante com vocês...! Continue, siga em frente, Ceci! Estaremos aqui pra lhe motivar. Bat-beijão.

    Ps: Agradeço à colega blogueira "Apenas Giz" por me circular no g+. Seja bem-vinda a meus círculos e às minhas coleções, prezada parceira. Já lhe circulei também. Bat-abraço.

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