domingo, 4 de setembro de 2016

BEDS - Post nº 4 - Resenha #26 - Os 13 Porquês - Jay Asher (Setembro Amarelo)

   Hey!!! Tudo bem com vocês?
Estou aqui hoje para fazer uma resenha de um livro que eu comecei ler hoje de manhã e acabei há alguns minutos. Juro! Fazia tempo que eu não lia um livro inteiro em apenas um dia! Já ouviram falar no livro "Os 13 Porquês" de Jay Asher? Não? Nem eu, até o início do mês passado ele era completamente desconhecido por mim!


    Não é uma história linda com um final feliz, ao contrário, é uma narrativa triste e pesada, combinando perfeitamente com o clima chuvoso de hoje. Conta a história de Hannah Baker, uma adolescente do último ano escolar que se suicida e deixa uma caixa com sete fitas cassete gravadas contando os treze motivos que a levaram ao suicídio. 


    Esse ano eu tive uma curiosidade maior em conhecer filmes com o contexto de violência e bullying praticados em escolas ou em casa mesmo, e me surpreendi com muita coisa. Assisti ao fantástico O Silêncio de Melinda (Speak, 2004) com Kristen Stweart como a protagonista que sofre abuso sexual e se torna uma potencial suicida, o curta brasileiro O Silêncio de Lara (2015) que fala de uma menina de quinze anos que também sofre abuso sexual de seu avô, o filme Silêncio Rompido (2012) que conta como uma popular garota do último ano escolar tem sua vida exposta de tal maneira que acaba sucumbindo e se suicida, enfim, todos os filmes são muito interessantes com temáticas semelhantes. Em algum momento, todas as protagonistas desses filmes sofreram algum tipo de abuso, exposição e bullying. Nome bonito, né? Bullying! Virou modinha, todo mundo sofre de bullying na escola! Isso sempre aconteceu, infelizmente, já tive alunos que sofreram agressões físicas, e fico horrorizada com a possibilidade de as coisas ficarem fora de controle. É o que acontece nesse livro. 

Um belo dia ao chegar da escola Clay Jensen encontra um pacote na porta de sua casa endereçado a ele, porém, sem um remetente. Ao abrir o embrulho, nota que dentro de uma caixa de sapatos, enroladas em plástico bolha estão sete fitas contendo números de 1-13 pintados de esmalte azul em cada lado das fitas. Curioso, desce até o porão para pegar o velho toca-fitas de seu pai e coloca a primeira delas. Qual não é a sua surpresa ao ouvir a voz de Hanna Baker! Hanna Baker, a garota pela qual ele sempre fora apaixonado e que havia se suicidado tomando uma quantidade exagerada de comprimidos que causou uma overdose. Logo no início da fita, Hannah diz que cada lado das fitas, revela que um dos motivos que a levou a tomar a decisão de colocar um fim na própria vida. Revela o motivo e a pessoa. Clay então fica apavorado, o que ele pode ter acontecido com Hannah? O que ele não viu? Qual sinal ele não captou? E o pior, o que ele havia feito para receber aquelas fitas?

    Desesperado, Clay termina de ouvir o lado A da primeira fia e corre até a casa de seu amigo Tony, rouba o seu walkman (afinal, Tony era a única pessoa que ele conhecia que tinha um troço daqueles) e passa as próximas horas ouvindo aquelas fitas.

   Hannah tinha arquitetado tudo muito bem, assim como o Chapolin Colorado, seus movimentos eram friamente calculados. Em seu primeiro ano na cidade nova, um boato foi espalhado sobre a garota, e, nós sabemos como um boato pode acabar com a vida de uma pessoa. Após esse boato, que como revela o nome, era apenas um boato, Hannah passa os próximos anos sofrendo com as consequências desse boato e sendo envolvida em outros. Clay era muito tímido, e devido a tudo que já tinha ouvido falar sobre a moça, tinha um certo receio de se aproximar mais, tinha receio de ser julgado, mas, ele sempre tentava manter-se informado sobre ela. Foi até trabalhar no mesmo lugar para se aproximar mais... E nesse meio tempo, foi provavelmente o único amigo verdadeiro dela. Hannah se decepcionava todos os dias com seus colegas de escola. Ela deixou um mapa no armário da escola de cada um que receberia essas fitas, e nesse mapa estavam localizados os pontos onde ela era vítima das circunstâncias.

    Como os adolescentes são cruéis! Eu também sofri bullying na adolescência. Por ser feia, magrela e ter o cabelo ruim. Decidi então que seria inteligente. Aí eu passei a ser a feia, magrela, do cabelo ruim e metida. Aff! Não via a hora de terminar a oitava série e ir para outra escola e conhecer outras pessoas, afinal, em uma escola maior, eu teria menos chances de topar com aqueles idiotas, certo? Quando fui para a outra escola, apenas três de meus antigos colegas caíram na mesma sala que eu. Um era meu amigo, o outro mal falava comigo e o terceiro era um dos que me atormentavam. Só que sozinho ele não tinha como me atingir. Acreditem se quiser, mas, nos demos muito bem e, na época do Orkut nos encontramos pelas páginas da rede social e trocávamos palavras de carinho e afeição. Como as coisas mudam! Um dia que precisei ficar até mais tarde, encontrei um dos piores; daqueles baixos que davam apelidos e tudo, sabe. Ele ainda tentou me atingir, mas, quando viu que eu não me importava, parou de me atormentar e saiu sem graça. Nunca apanhei, mas, eles adoravam passar o pé em mim para me ver tropeçar, e numa dessas eu caí de boca no chão, para a alegria geral da sala de aula! Fora os problemas de casa, que não eram poucos! Mas nunca, nunca na minha vida eu cogitei me matar. Não mesmo!


    Dois anos atrás, várias de minhas alunas do oitavo ano começaram a cortar os pulsos. Não notei os sinais, mas, uma das colegas delas notou e veio me contar, afinal, de todos os professores deles, eu era a que mais me preocupava com a vida deles fora da sala de aula. Fiquei apavorada com a revelação dela, e pensei: "E agora? Como vou chegar nelas e dizer que eu sei, sem expor a outra?". Fiquei apreensiva, durante a aula não parava de pensar nisso, orei bastante e com muita sutileza fui me aproximando das meninas. De uma, disfarçadamente eu levantei a manga da blusa, pois tinha visto uma "sujeira" no pulso dela, a outra, eu estendi as mão para levá-la até a lousa, e "sem querer" apertei seu pulso de leve, e ela fez uma careta de dor, e na hora do intervalo eu chamei todas e dei uma bronca daquelas. Mas a minha bronca não foi com gritos e xingamentos. Conversei bem sério com elas, com um tom de voz uma oitava acima do normal e finalizei com um "estou muito decepcionada com vocês!". Me lembro que ao dizer isso eu estava chorando, e as seis - sim, tudo isso! - começaram a chorar, me pedindo perdão e implorando para eu não contar aos pais. Eu disse que sim, as perdoaria e que sim, eu iria contar aos pais delas. Não podia aceitar o fato de uma das minhas florzinhas cometerem umas doideiras dessas!

   Voltando ao livro, no auge do desespero, Hannah tenta buscar ajuda, mas, é ignorada por todos. Quando Clay ouve isso, ele fica arrasado. Hannah deu todos os sinais: mudou drasticamente a aparência, estava cada vez mais arredia, isolada de todos... Clay sabia que tinha algo errado, mas, não sabia o quê. E então, ela voltou a ser a garota alegre de sempre. Só que não! Ela mostrou uma máscara e convenceu a todos que estava bem. E depois, receberam a notícia. 
  Clay passou a noite toda ouvindo as fitas de Hannah. Hannah, o amor de sua adolescência, e ele nunca poderia viver esse amor. Ele tentava se lembrar das últimas palavras que ele dissera a Hannah, tentava se lembrar do último gesto e da última vez que ele tinha visto aquela menina tão linda que agora nunca mais seria vista. Só então ele notou que sentia a falta dela! E, finalmente, chegou a fita onde o nome de Clay era dito por Hannah. O que será que ele tinha feito para ela? Só lendo,, não vou contar, hahaha!

   Eu gostei do livro, de verdade, ele é cutinho, tem apenas 203 páginas, e, como eu disse antes, não é um livro com um final feliz, onde tudo se resolve por se tratar de um sonho. Não, mostra uma realidade cruel de futilidade e crueldade adolescente. Clay agora via como seus colegas eram de verdade, Hannah os expôs mesmo! Tudo o que ela sofreu, era agora conhecido por ao menos treze pessoas. Um segredo que os uniria para sempre, e que com certeza, se fosse real, anos de terapia para os que ouviram as fitas. Li dois livros seguidos com essa temática de bullying e suicídio adolescente, além de ser o terceiro drama seguido, tenho que ler algo bem água com açúcar, bem mela-cueca mesmo pra tirar isso da mente um pouco, hahahah!

    No final do livro ainda há uma entrevista com o autor, onde ele nos revela de onde ele tirou as ideias para o livro. Eu detesto ler pelo celular, mas, era o que tinha pra hoje, então... hahah...

    Bom amores, vou dormir que amanhã cedo a labuta recomeça!

Beijoooo! =)

PS: Os três filmes citados acima estão com links direto para o Youtube para serem assistidos. Speak está legendado, Silêncio Rompido dublado, e O Silêncio de Lara, bom, esse é brasileiro, rs!

4 comentários:

  1. Oiii Cecy! Adorei a sua resenha, agora já quero ler kkkk fiquei curiosa pra saber o que tinha na fita do Clay. Eu já tinha ouvido falar nesse livro, mas não tinha parado pra ler uma resenha. Já irei adicioná-lo na minha Wishlist *--* eu gostei bastante do enredo, tem um livro que também aborda o suicídio que é: A Redoma de Vidro, já vi várias resenhas e sou louca pra comprar. É um tema bastante triste mas é bem reflexivo, né!?

    *Beijokas -Hellen Barros.

    www.apenasgiz.com.br

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    1. Oi amiguinha! Pois é, esse é um tema comum, complexo, forte e reflexivo, você disse tudo. Confesso que esse livro me surpreendeu muito, tanto que li em um dia. A Redoma de Vidro eu não conheço, vou procurar, mas, preciso dar um tempo no drama pesado, senão ficarei depressiva, hahaha!

      Beijoooo! ^.^

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  2. Olá, Cecília!
    Depois de ler seu comentário no meu post de hoje, vim aqui procurar pela sua resenha do livro. Mesmo já conhecendo a história, eu me interesso por tudo que esteja relacionado com "Os 13 Porquês". Como eu disse, esse livro me marcou muito.
    Mas que história horrível que aconteceu com suas alunas! Fico feliz que você tenha arranjado uma forma discreta de conversar com elas, e que tenha se preocupado. Existem muitos professores que realmente não ligam pros alunos porque "no final do mês, o salário vai estar na conta mesmo"; mas tem alguns que se importam, que querem o bem da turma, e isso torna a relação entre professor e aluno muito melhor. Espero que essas meninas não voltem a ter problemas...
    Quanto aos filmes que você assistiu, fiquei interessada por todos eles. Sabe dizer se eles estão na Netflix?

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    1. Oie Lethycia!
      Realmente foi horrível o que aconteceu com minhas meninas, pior ainda saber que elas meio que combinaram isso! Quando eu falei que iria falar com os pais delas, uma delas gritou desesperada, em pânico com a reação que a mãe teria... E eu penso muito nisso que você falou, professores que não se importam com os alunos como pessoas, mas como números...

      Quanto aos filmes, eu li há um tempo que O Silêncio de Melinda estava disponível na Netflix, os outros eu sinceramente não sei...

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